Unidade chama a atenção da população para duas doenças que ainda representam desafios relevantes para a saúde pública
Informação que protege: profissionais orientam a população sobre prevenção e diagnóstico precoce. (Foto: Divulgação/IMED)
A Policlínica Estadual do Entorno – Formosa, unidade do Governo de Goiás administrada pelo Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (IMED), reforça a importância de ampliar o conhecimento da população sobre duas doenças graves que seguem como desafios para a saúde pública mundial: o HTLV (Vírus Linfotrópico de Células T Humanas) e a malária.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência global do HTLV-1 é estimada em cerca de 0,9%, com índices mais elevados em regiões com menor Índice de Desenvolvimento Humano, onde o acesso à informação e aos serviços de saúde é mais limitado. Já a malária permanece entre as infecções mais impactantes do mundo, com 263 milhões de casos e aproximadamente 597 mil mortes registradas em 2023, conforme o último Relatório Mundial de Malária. Esses números reforçam a necessidade de fortalecer ações de prevenção, diagnóstico precoce e conscientização da população.
HTLV: vírus silencioso e ainda pouco conhecido
O HTLV faz parte da mesma família do HIV e possui a capacidade de permanecer no organismo ao longo de toda a vida. Por ser frequentemente assintomático, muitas pessoas convivem com o vírus sem saber, o que contribui para sua transmissão silenciosa. Apesar de ainda pouco discutido no cotidiano, o vírus pode evoluir para doenças neurológicas e imunológicas, tornando a informação um importante mecanismo de proteção.
O médico infectologista Wanderson Sant’Ana de Almeida explica que o vírus pode ser transmitido por relações sexuais sem proteção, pelo compartilhamento de agulhas e seringas e também da mãe para o bebê, especialmente durante a amamentação. “É essencial que o HTLV seja incluído nas discussões de saúde pública. O diagnóstico precoce, especialmente no pré-natal, é fundamental para evitar a transmissão vertical”, orienta o especialista.
Como ainda não existe cura nem vacina para o HTLV, a prevenção é a principal estratégia. O uso de preservativos durante relações sexuais, a não utilização compartilhada de objetos perfurocortantes e a realização de exames específicos, especialmente entre gestantes, são medidas essenciais para reduzir novos casos e proteger a população.
Malária requer rapidez no diagnóstico
A malária é uma doença infecciosa causada por parasitas transmitidos pela picada do mosquito fêmea do gênero Anopheles infectado, conhecido popularmente como mosquito-prego. É mais comum na Região Norte do Brasil, onde o clima quente e úmido favorece a proliferação do vetor. Apesar de ser mais frequente em determinadas áreas, a doença pode atingir qualquer pessoa que viaje ou tenha contato com regiões de transmissão ativa, tornando o conhecimento dos sintomas fundamental.
Os sinais mais comuns incluem febre alta, calafrios, dores no corpo, náuseas e intensa fraqueza, que costumam surgir entre 7 e 14 dias após a picada. Almeida destaca que o tempo é um fator crítico. “A malária tem cura, mas o início rápido do tratamento faz toda a diferença para evitar complicações”, alerta o infectologista.
O diagnóstico é realizado por exame de sangue e o tratamento é disponibilizado gratuitamente pelo SUS, garantindo efetividade desde que iniciado de forma precoce. As principais medidas preventivas incluem evitar água parada, utilizar telas de proteção em portas e janelas e aplicar repelente, especialmente para pessoas que residem ou circulam por áreas de risco.




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